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quinta-feira, 11 de julho de 2013


“Preconceito (prefixo pré- e conceito) é um "juízo" preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude "discriminatória" perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou "estranhos". Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém, ou de um grupo social, ao que lhe é diferente. As formas mais comuns de preconceito são: social, "racial" e "sexual”.
Quando falamos em preconceito logo imaginamos uma situação dessas, só lembramos que existem outros tipos de “pré-conceitos” quando nos deparamos com situações vividas por nós mesmas (os), por amigos, conhecidos ou em alguma reportagem, casos de crianças ou adultos que por terem uma doença, e até mesmo uma necessidade especial acaba passando por situações desagradáveis, são vitimas de preconceito, são descriminadas, desrespeitadas nos seus direitos de ir e vir, nos seus direitos de cidadãos que assim como os que se dizem normais também pagam impostos e deveriam ter esses direitos respeitados.

Já li vários relatos da Renata Montenegro (Mãe Polvo), sou leitora do blog dela e já li várias história vivida por ela. Tenho um amigo especial e pai de um filho especial (ele é autista). Eu pedi para o Nilton me contar uma situação que ele tenha passado com o filho, ele enviou esse caso, que considero que faltou sensibilidade, em muitos casos falta educação mesmo. É exemplo de pais que não se intimidam.

" Um Lindo Passeio "
Há muitos anos atras eu, minha esposa e o nosso filho Cledson, realizamos um passeio que ficou marcado, por um fato inusitado.
Fomos ao museu do Ipiranga, lugar muito lindo e calmo,um belo jardim,  muitas flores, um espetáculo de chafariz... 
Tudo ia perfeitamente bem, até que chegamos próximo de uma carruagem daquelas em que escravos carregavam Imperadores e Imperatrizes. Existia apenas uma corrente de isolamento, do público a carruagem
de repente uma bobeada, e meu filho escapou de minha mão pulou a corrente e adentrou na carruagem (pronto caos a vista)...
Eu passei pela corrente e fui tirar meu filho numa boa, conversando e abraçando, ele com um sorriso poucas vezes vista. Mas não demorou muito não, uma funcionaria que acompanhava um grupo de estudantes, veio me dizer:
Aqui não é permitido colocar criança pra tirar fotos...
Fui explicar pra ela com calma, que se tratava de uma criança autista, que eu o tiraria dali em instantes, aí ela me disse que se eu não tirasse naquele momento, chamaria a segurança, eu fiquei nervoso e passei nervosismo ao meu filho, que teve um surto, gritou bem alto e no salão deu um eco imenso, creio que até a alma do cavalo de Dom Pedro se assustou, e balançou aquela porcaria de carroça, e olha não desmontou porque a madeira apesar de velha era mesmo de lei.
Olhei para funcionaria e disse está satisfeita, agora chame a segurança a imprensa o que você quiser, custava esperar um pouco ?
Esta ocorrência foi em 1995, a carruagem de D. pedro, até hoje não sei se é do Primeiro ou do Segundo, sei lá de quem era, está lá até hoje, assim como a humilhação que a funcionaria me fez passar, nunca saiu da minha mente.
Conto para as pessoas com um tom de humor, mas saí daquele lugar arrasado, sem chão sem ar, com vontade de me isolar.
Talvez se fosse hoje, poderia ser diferente, quem sabe, quem sabe.

Nilton Cabeça.


 Agora vou contar uma história vivida por mim:
Fui visitar uma amiga, ela tem um filho, na época ele esta com cinco anos quase seis, minha filha era bebezinha, fui ao quarto para troca-la, ele veio bem quietinho e ficou observando, até que resolveu falar.
- A tua filha não é pretinha (Foi uma afirmação, não uma pergunta). Ainda bem, se ela fosse pretinha eu não ia gostar dela.
Fiquei passada com o que aquele menino falou, afinal era só uma criança. Então respondi.
- Querido, não teria problema se ela fosse pretinha, vocês poderia ser amigos da mesma forma, eu e sua mãe somos amigas.
- É, mas eu não gosto de criança preta, não gosto de preto e não ia gosta de ser amigo dela se ela fosse pretinha... Em seguida saiu correndo do guarto.

Quando cheguei à sala ele estava sentado perto da mãe e ficou me olhando com uma carinha de cachorrinho que caiu da mudança.  Fiquei sem saber o que dizer se é que teria que dizer algo. Fiquei na minha, ao chegar em casa contei para o meu marido o ocorrido. Ele me falou que como o menino passava o dia com os avós que são de origem Alemã é normal disso acontecer, conhecendo os pais do menino sei que eles não ensinariam o menino a ter preconceito (é o que imagino).
Uma coisa que eu admiro muito na escolinha da minha filha é como eles se adaptam as crianças que tem alguma necessidade especial, tipo, na apresentação de final de ano elas participam ativamente da apresentação, mesmo que para isso precise do auxilia de uma professora, a aluna com dificuldade auditiva o pai dela ficou no canto do palco fazendo a tradução na linguagem de sinais (achei muito legal).


Imagem: pt-br.facebook.com

Porque pais que tem filhos com algum tipo de doença muitas vezes prefere não falar sobre isso? Porque eles sabem que podem e em algum momento serão vitimas de preconceito. Se os próprios pais não souberem lidar com isso a criança cresce com dificuldade de conviver com a doença.
A filha da minha prima morreu aos 12 anos, ela tinha diabetes, não aceitava a doença, a mãe dela vivia em cima, policiando para que a menina não ficasse sem aplicar a insulina, até que um dia ela foi a uma festa com as amiguinhas, para não parecer diferente das outras, sabemos que nessa idade os pré-adolescentes já entram na faze do eu sei me virar sozinho (a). Ela comeu tudo quanto foi doce, fez o que tinha vontade, ou melhor, fez o que qualquer criança nessa idade faria, se esbaldou lá mesmo na festa ela começou a passar, entrou em choque, veio a óbito. A minha prima ficou inconsolável, não se perdoava, se culpava por ter deixado-a ir à festa, que mãe não se culparia não é mesmo?Eu acredito que em algum momento a menina tenha sim passado por situações preconceito por parte dos amigos e para não parecer diferente, até mesmo para ser aceita ela resolveu Tentar provar que poderia levar uma vida sem restrições.

O preconceito pode infelizmente trazer consequências graves para vida de uma criança, torna jovens tristes, às vezes cruéis, vingativos... Adultos amargos.
O preconceito vem da educação que se tem desde a infância, não vou aqui culpar pais, pois tem crianças que passam mais tempo com avós, tios ou babás. É o exemplo que vai fazer dessa criança um adulto melhor. Mais tolerante, solidário, mais educado.

Vamos ensinar nossos filhos que ser gentil vale a pena... #criançassempreconceito.

Esse post faz parte da Blogagem Coletiva faz parte de uma ação virtual  proposta pala  Flávia Pellegrini do blog Na Pracinha  e a Bebel Soares do blog Padecendo no Paraiso.

Você também pode participar, se não tiver um blog, compartilhe fotos, videos e depoimentos. Vamos nos unir, debater, falar sobre o  assunto, vamos construir uma sociedade melhor... Participe.

Vou encerrar com uma pergunta que li no Google:
- Uma criança nasce sem preconceito, sem racismo, sem maldade! Então onde está o erro?????  (Pergunta feita no yahoo pela Rosana), não conheço a pessoa, mas gostei da pergunta dela.


                                 Esse vídeo faz parte de uma campanha da UNICEF.        




                                                                          BJS
Comentários
2 Comentários

2 comentários:

  1. Nossa Silma, o simples fato do menino falar "pretinha" já denota um preconceito sem fim ne?
    Talvez sem intenção mas já está na formação dele o preconceito, uma pena.
    beijos
    Lele

    ResponderExcluir
  2. Silma,
    tantos exemplos tristes não é mesmo? Uma simples palavra já simboliza todo pensamento discriminatório de uma pessoa.
    Obrigada por participar conosco da blogagem coletiva!
    Abraços,
    Flávia Pellegrini
    @napracinha
    #amigacomenta

    ResponderExcluir

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